Fevereiro 2023

Joao Aguas

4 de Mai de 2023 • 4 min read

O JPMorgan Chase & Co está a comprar a maior parte dos ativos do First Republic Bank, que foram apreendidos pelos reguladores dos Estados Unidos, numa tentativa de última hora de resgatar o banco em dificuldades, marcando o terceiro banco dos Estados Unidos a falhar em dois meses.

Na semana passada, o First Republic reportou uma queda de mais de $100 mil milhões em depósitos no primeiro trimestre, o que desencadeou uma venda brutal nas ações do banco.

Os bancos estão a enfrentar a maior crise desde 2008, depois de dois bancos dos Estados Unidos terem falhado em Março, e a turbulência tem aumentado os receios de contágio e provocado ação por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos, do Tesouro dos Estados Unidos e do setor privado.

A aquisição de ativos do First Republic Bank pelo JPMorgan Chase & Co pode ser vista como uma tentativa de resgate de um banco em dificuldades e pode ajudar a estabilizar o setor financeiro dos Estados Unidos.

No entanto, também destaca a fragilidade do sistema bancário dos Estados Unidos e a necessidade de regulamentações mais rigorosas para evitar futuras crises.

Além disso, a queda de mais de $100 mil milhões em depósitos do First Republic no primeiro trimestre é um sinal preocupante para o setor bancário em geral. Isso sugere que os clientes estão a perder a confiança nos bancos e estão a retirar o seu dinheiro. Se isso continuar, poderá levar a uma crise bancária em maior escala.

O rápido aumento das taxas prejudicou os ativos e esgotou os depósitos.

A falha da FDIC em atualizar e expandir o seu regime de seguros tem colocado mais pregos no caixão.

O First Republic não teria falhado se a FDIC temporariamente garantisse os depósitos enquanto um novo regime de garantia fosse criado. Em vez disso, estamos a assistir às peças do dominó a cair, a um grande custo sistémico e económico.

A banca é um jogo de confiança. A este ritmo, nenhum banco regional pode sobreviver a más notícias ou dados negativos, uma vez que uma queda inevitável no preço das ações leva à retirada de depósitos.

A confiança em uma instituição financeira é construída em décadas e destruída em dias. À medida que cada peça do dominó cai, o próximo banco mais fraco começa a tremer.

Estamos a ficar sem tempo para resolver este problema.

Quantas falhas bancárias desnecessárias precisamos assistir antes que a FDIC, o Tesouro dos Estados Unidos e o governo acordem?

Precisamos de um regime de garantia de depósitos agora...

Vamos rever então o mês de Fevereiro.